OS ESTADOS DE CRISTO:
O estado de humilhação:
Com base em Fp 2.7-8: apresenta duas situações encarnadas por Cristo: 1) esvaziamento – que consiste em renunciar ele a sua majestade do supremo Governador do universo e assumir a natureza humana na forma de um servo e 2) humilhação – que consiste em haver-se ele feito sujeito às exigências e à maldição da lei e em toda a sua vida ter-se feito obediente em ações e em sofrimento, até ao próprio limite de uma morte vergonhosa.
Com base na referida passagem de Filipenses, pode-se dizer que o elemento essencial e central do estado de humilhação acha-se no fato de que ele, que era o Senhor de toda a terra, o supremo Legislador, colocou-se debaixo da lei para desincumbir-se das suas obrigações federais e penais a favor do seu povo. Ao fazê-lo, ele se tornou legalmente responsável Por nossos pecados e sujeitos à maldição da lei.
Esse estado de humilhação na missão de Cristo começa com a sua encarnação.
Jesus, como a segunda pessoa da trindade santa, assumiu a forma humana se fazendo carne, contudo, isso não exclui a sua preexistência (Jo 1.1; 6.38; 2 Cor 8.9; Fp 2.6-7; Gl 4.4.
Era semelhante ao Pai:
- Jesus era preexistente (Jo 1.1; 6.38; II Cor 8.9);
- Igualmente eternos (Jo 17.5, 24);
- Iguais em honra e glória (Jo 5.23; 17.1, 4-5);
- Iguais em poder (Jo 1.3; 5.21);
- Iguais em perfeição (Hb 7.28; Mt 5.48);
- Igualmente dignos de adoração (Mt 4.10; 14.33).
A encarnação de Cristo o tornou membro da raça humana, dando direito legais de representatividade na paga da dívida da humanidade. Daí a carta aos Romanos chama Jesus de segundo Adão.
A encarnação foi necessária por conta da queda do homem, para trazê-lo de volta ao convívio, à comunhão com o Pai, passando a eternidade com Ele.
Os sofrimentos de Cristo: Além de obedecer à Lei de modo perfeito por toda a sua vida em nosso favor. Cristo tomou também sobre si mesmo os sofrimentos necessários para pagar a penalidade pelos nossos pecados (Is 53.3; Hb 5.8; 12.3-4).
A dor sofrida por Jesus foi:
a) física e morte: Não precisamos sustentar que Jesus sofreu mais dor física que qualquer ser humano jamais sofreu, pois em nenhuma passagem a Bíblia faz tal alegação. Mas ainda não podemos esquecer que a morte por crucificação era uma das formas mais horríveis de execução que o homem jamais inventou. Disse certo médico sobre a morte na cruz:
“A expiração adequada exigia que o corpo fosse suspenso, pressionando-o sobe os pés e flexionando os cotovelos […] Entretanto, essa manobra colocaria todo o peso do corpo sobre os tarsais e produziria dor ardente. Além disso, a flexão dos cotovelos causaria a rotação dos pulsos ao redor dos pregos de ferro e causaria dor lancinante ao longo dos nervos medianos afetados […] Câimbras nos músculos e parestesias nos braços estendidos e suspensos aumentava o desconforto. Como resultado, cada esforço respiratório se tornava agonizante e extenuante e levava por fim a asfixia”.
- de carregar o pecado da humanidade: (Is 53.6, 12; Jo 1.29; II Cor 5.21; Gl 3.13; Hb 9.28). Ele assumiu o pecado da raça humana, embora não nunca houvesse pecado, se fez pecado para nos dar a salvação eterna;
- Abandono: A dor física da crucificação e a dor de carregar sobre si mesmo o mal absoluto de nossos pecados foram agravadas pelo fato de Jesus ter enfrentado essa dor sozinho. Abandonado pelos discípulos (Mc 14.34; Mt 26.56), como pelo Pai (Hc 1.13; Mt 27.46);
- A dor de suportar a ira de Deus: Rm 3.25-26 – “propiciação” significa “sacrifício que sofre a ira de Deus até o fim e, dessa maneira, transforma a ira de Deus contra nós em favor”. Toda a ira de Deus pelos pecados da humanidade foram derramados sobre o Filho.
Cristo sofreu definitivamente pelo pecado humano. Fora um sacrifício suficiente para alcançar a todos os pecados em todas as eras.